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3º Ciclo
Carla Ferreira / 07-07-2024
Descrição / Síntese:
Reflexão, sobre um conjunto de deduções, sustentadas pela teoria, sobre a música, emoções, sentimentos, aprendizagem. Música, emoções, sentimentos, aprendizagem e o nosso questionamento sobre como todos estes elementos, pensados holisticamente, podem incitar a emergência de significados outros a partir de conteúdos históricos trabalhados pelos alunos.
Pretende-se verificar, se a música, em contexto de sala de aula poderá conduzir ao despertar de uma aprendizagem significativa. A partir da nossa questão central, outras questões de natureza subsidiária são enunciadas procurando-se particularmente obter respostas, complementares, auxiliadoras e eventualmente mais clarificadoras, ao longo do processo, a saber: i) a música, contribui para a modelação das perceções afetivas e atitudes dos alunos, em contexto de sala de aula?; ii) qual o contributo desempenhado pela música, em contexto de sala de aula?; iii) quais as opiniões dos alunos, sobre a utilização da música, nas aulas?
Áreas / Domínio de Conteúdo:
Educação para a Cidadania ; História ; Português
Áreas de Competências do Perfil dos Alunos (PASEO):
B – Informação e Comunicação ; C – Raciocínio e resolução de problemas ; D – Pensamento crítico e pensamento criativo ; E – Relacionamento interpessoal ; F – Desenvolvimento pessoal e autonomia ; G – Bem estar, saúde e ambiente ; I – Saber científico, técnico e tecnológico ; J – Consciência e domínio do corpo
Objetivos de Aprendizagem / Aprendizagens Essenciais
Atividades a desenvolver
Estratégias de aprendizagem ativa: Outra – Proposta pelo professor
Descrição da atividade:
A atividade deverá começar, tendo por base as músicas de contestação pertencentes ao repertório da denominada canção de intervenção, a saber: Trova do Vento que Passa (1963), Cantar da Emigração (1970) e Canção com Lágrimas (1970), por Adriano Correia de Oliveira; Os Vampiros (1963), Menina dos Olhos Tristes (1971) por José Afonso; Segunda Canção com Lágrimas (1972), por Carlos Mendes; A Tourada (1973), por Fernando Tordo; Todas as músicas serão apresentadas em contexto de sala de aula.
Com a canção Trova do vento que passa (1963) de Adriano Correia de Oliveira pretende-se, alcançar vários intentos. Primeiro, a explanação da situação política, económica e social do país, durante o período em análise. Depois, a introdução e explicação de conceitos como intervenção, música de intervenção, canto de intervenção. Finalmente, a construção de um ambiente, adequado à operacionalização dos conteúdos temáticos a saber: a recusa da democratização; o tardio desenvolvimento económico. Os alunos, em trabalho de grupo, após a audição da canção Trova do Vento que Passa, devem recorrer à letra da mesma e, num exercício de reflexão crítica, interpretar e analisar a letra da canção e indicar/explicar as suas perceções e opiniões.
Nesta viagem pela memória da nossa história recente através da música, e porque se pretende igualmente desenvolver um trabalho pedagógico abrangente, desafiador e sobretudo cativante com os alunos, pensamos, apresentar de seguida a canção Os Vampiros (1963) de José Afonso. Porém, e porque urge articular os conhecimentos dos alunos com os conteúdos temáticos a abordar, os alunos deverão proceder a uma pesquisa online (em sites informativos) que envolva a recolha de informação que permita a articulação com a respetiva letra, sua mensagem e os conteúdos científicos. Devidamente contextualizada, a canção, criar-se-à espaço na aula para que os alunos expressem as suas sínteses interpretativas, baseando-se no apreendido e nas informações oferecidas pela letra da canção.
A canção Cantar da Emigração (1970), de Adriano Correia de Oliveira, permite-nos abordar a emigração portuguesa. Através da audição da música e interpretação da letra, será pedido aos alunos que identifiquem o tema a que a canção se refere. Por este motivo teremos o cuidado de não incluir na letra da canção (oferecidas aos alunos) o título da mesma, ou outra qualquer referência passível de identificar o assunto em destaque. Pretende-se, agora, e ao contrário do que nos propusemos realizar, com a fonte musical anterior, analisar a letra com os alunos, discutir os aspetos menos claros, cruzar opiniões e tirar conclusões, para que, e através de um diálogo vertical e horizontal, no relacionamento e interpretação da mensagem, todos compreendessem a ideia globalmente transmitida, promovendo-se a construção de um conhecimento histórico, que desponta de uma perspetiva crítica fundamentada.
Na mobilização dos conteúdos temáticos, relativos à guerra colonial, torna-se imperativo, levar os alunos a reconhecer os pesados custos humanos e materiais resultantes da guerra colonial. Este objetivo deverá ser alcançado tendo, uma vez mais, por base, a música, e particularmente o canto de intervenção. As nossas escolhas: Canção com Lágrimas (1970), de Adriano Correia de Oliveira, Menina dos Olhos Tristes (1971), de José Afonso e Segunda Canção com Lágrimas (1972), interpretada por Carlos Mendes. Observamos na escolha destas fontes musicais: i) a mensagem contida, (eventualmente facilitadora no processo de construção do conhecimento histórico sobre a guerra colonial); ii) a carga emotiva associada à melodia e tonalidade das canções (que poderá levar os alunos a uma maior compreensão empática dos dramas associados à guerra colonial); iii) a autoria das mensagens, incluídas em Canção com Lágrimas e Segunda Canção com Lágrimas (porquanto estamos a proporcionar aos alunos a perspetiva de alguém – ambas as canções de autoria de Manuel Alegre – que viveu e conheceu por dentro o maior dos dramas associados à guerra colonial – as perdas humanas – incutindo, na nossa opinião, uma maior objetividade histórica, às fontes em análise). Com Menina dos olhos Tristes, de José Afonso, cedemos especial atenção à intencionalidade do autor nas palavras da canção. Pretendemos que os alunos reconheçam como, através do canto de intervenção, também se projetava o provável destino do soldado que vai à guerra e volta num caixão de pinho. O poema de Reinaldo Ferreira, transformado numa canção melódica, transmite-nos a dor da ausência e da morte, e, na apresentação da mesma, num exercício de complementaridade, os alunos visionam de seguida um pequeno vídeo com imagens do embarque de tropas portuguesas para o ultramar. Posteriormente e, atendendo à melodia da canção, sua harmonia e ritmo os alunos deverão articular os elementos constitutivos da canção com a letra e mensagem contida. O nosso esforço de planificação pretende que os alunos possam exprimir os seus pontos de vistas, estimulando o desenvolvimento das suas capacidades críticas de análise e síntese.
Com a canção A Tourada pretende-se que os alunos realizem, a partir de determinados conceitos apresentadas na canção, pesquisas de informação que lhes permitam interpretar e compreender a mensagem da canção, o significado da letra, o alcance, profundidade e intencionalidade das palavras de Ary dos Santos. Num exercício de análise e interpretação da letra da canção, no tratamento da informação e interpretação das fontes pesquisadas, os alunos deverão elaborar sínteses criticas sobre, O marcelismo: a liberalização fracassada.
Ferramentas e recursos:
- Letra das canções.
- Manual.
- Documentos iconográficos.
- Computador.
- Youtube.
- Papel.
- Canetas.
Competências de nível superior a desenvolver (4 C’s da Educação):
Colaboração, Comunicação, Pensamento Crítico
Organização dos alunos: Em grupos
Papel do professor: Circula e acompanha o trabalho dos alunos
Espaço de aprendizagem: Sala de Aula
Duração: 350 minutos
Arquitetura do Espaço de aprendizagem:
- Conceção construtivista da aprendizagem e centralização das atividades na figura do aluno.
- Em contexto de sala de aula – alunos em trabalho de grupos.
Ficheiros de Apoio (anexos):
(campo opcional – poderá estar vazio)